Durante o segundo semestre de 2019, a Casa Vermelha trouxe uma nova proposta de oficina, que buscava trabalhar o corpo, voz e mente. O resultado deste processo e o caminho de desenvolvimento você pode conferir no texto do professor Paulo Thiago, que, além de ter produzido um resultado em audiovisual, ainda produziu uma exposição na Galeria da Escada da Casa Vermelha.
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A exposição Palavras Dúbias é a conclusão do curso de Percepção, Reconhecimento e Expressividade Corporal, ministrada por Paulo Thiago durante o período de agosto a dezembro de 2019, no Centro Cultural Casa Vermelha.
Esta oficina visa o autoconhecimento através de práticas de escuta do próprio corpo desenvolvidas a partir de exercícios de teatro, voz e dança. A partir dessa proposta, que envolve corpo, voz e mente, investimos na construção de um momento coletivo baseado na cumplicidade, espontaneidade e criatividade.
A Oficina de Percepção, Reconhecimento e Expressividade Corporal
Foi uma oficina prática e nos encontros foram trabalhados exercícios de expressão corporal, dança, jogos teatrais, expressão vocal e criação coletiva. A partir destes exercícios, executados coletivamente durante as aulas, foi-se desenvolvendo um processo de criação que partiu da reflexão existencial de cada um, abordando temas como a sua vida cotidiana e as referências que podem compor um indivíduo na sociedade.
O processo foi baseado em partituras individuais improvisadas que eram construídas a partir de estímulos externos, como a música, perguntas, frases. E objetos como tecidos, balão etc...
Além disso, houve a proposta de outra maneira de expressão: o desenho, que foi desenvolvido durante as aulas, entre os exercícios práticos de expressão corporal. Trazendo para o papel, as sensações geradas durante as danças individuais e coletivas. Esses registros podiam ser em palavras e/ou desenhos. E foram feitos com a intenção deixar a racionalidade livre de julgamento. Que partisse principalmente das sensações geradas pelo corpo, para que o processo de desenhar fosse o mesmo que o ato de dançar. De modo que ato de desenhar ou dançar, se torne uma experiencia vivida por inteiro. Sem interrupções da racionalização da mente. De forma que o pensamento seja a experiência, e a experiência seja o pensamento.
Permitindo, assim, que consciência criativa vá além do padrão de pensamento cotidiano que costumamos usar. Que o inconsciente permeie o consciente e faça parte da dança e do desenho no momento presente.
Dessa maneira, com o passar das aulas. Os desenhos se tornaram parte das partituras de dança. E a dança se tornou estímulo para criação dos desenhos. A partir dessas duas maneiras de expressão artística, foram se acumulando partituras, frases, falas, e reflexões que se resultaram nas quatro criações que observas na exposição.
Paulo Thiago
Teatro em Trâmite e O Bando
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